Nova edição do Programa Univerciência apresenta pesquisa sobre o ensino de Ciências com experimentos históricos

8 de outubro de 2021

Com o reconhecimento internacional na construção de objetos que recriam experimentos históricos para auxiliar no ensino de Ciências em sala de aula, o Grupo de Pesquisa em História da Ciência e Ensino (GHCEN) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) será destaque no Programa Univerciência deste sábado (9). Na ocasião, é apresentado o projeto que relacionado à reconstrução de experimentos que marcaram a evolução científica ao longo dos tempos para serem utilizados como recurso pedagógico, sobretudo na área de Física.

De acordo com a líder do grupo, professora Ana Paula Bispo, a pesquisa relacionada à utilização de experimentos históricos para o ensino de ciências, que envolve docentes do Departamento de Física, discentes de graduação, mestrado e doutorado, professores da Educação Básica e pesquisadores independentes, foi idealizada a partir do trabalho de um ex-aluno e colaborador do projeto com habilidade para a construção dos artefatos utilizados nos experimentos, e do contato com cientistas de centros de referência na Alemanha, onde a docente da UEPB pôde realizar o pós-doutorado.

“Somos bem conhecidos nessa área graças a um construtor de objetos muito caprichoso que temos. Usando esses objetos e uma narrativa histórica devidamente bem construída, seguindo os referenciais da historiografia da ciência, elaboramos vídeos, propostas para sala de aula, roteiros de peças teatrais, entre outros”, explica a professora Ana Paula.

A docente destaca que a metodologia e os recursos apresentados pelo grupo de pesquisa podem despertar o interesse dos discentes para o conteúdo apresentado e possibilitar o amadurecimento não apenas de estudantes do ensino médio que utilizam esse material em sala de aula, mas, também dos discentes de licenciatura que auxiliam na construção dos artefatos.

“Ao relacionar a parte experimental com os aspectos históricos você consegue abarcar alunos com diferentes interesses. Isso contribui para desconstruir a visão de que a física, na educação básica, é só resolver exercícios. Além disso, podemos colaborar no desenvolvimento de diferentes habilidades, competências e também na formação de um aluno mais apto a argumentar. A pretensão é sempre que o estudante deixe de reproduzir o conhecimento pronto e passe a produzir conhecimento. E para isso ele precisa pensar sobre o que está sendo discutido, entender as influências que estão por trás da adoção de determinados resultados como verdades. A partir disso, é possível perceber um amadurecimento, mesmo entre os estudantes de licenciatura que participam do grupo”, avalia a professora Ana Paula.

Além do projeto da professora Ana Paula, o Univerciência também apresenta a pesquisa Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) “Criptomoedas: um estudo à luz do pensamento econômico monetário”; um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sobre a articulação entre as Neurociências e a Educação, a partir da disciplina Neuropsicologia Escolar, que faz a interface entre o neurodesenvolvimento e a aquisição de conteúdos escolares e acadêmicos; e as técnicas utilizadas no Instituto Federal do Maranhão, para o estudo da cosmologia, ramo da astronomia que estuda a origem, a evolução, a composição e a estrutura do Universo.

O Univerciência é o primeiro programa brasileiro de TV e Internet fruto de uma parceria que envolve 40 instituições públicas de ensino superior do Nordeste, incluindo universidades e institutos, além de contar com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que colabora com a produção audiovisual a partir de suas unidades no Nordeste, e com a exibição do programa no Canal Saúde, em TV aberta em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, e por parabólica para todo o Brasil.

A produção do conteúdo é colaborativa e a veiculação acontece em TV’s públicas, educativas, culturais e universitárias, e nos canais das emissoras, das universidades e dos institutos na Internet. O programa pode ser assistido em mais de 15 emissoras, de todas as regiões do país, que juntas alcançam cerca de 80 milhões de pessoas, sendo disponibilizado semanalmente nos canais de cada instituição participante na Internet. No caso da TV UEPB, o conteúdo é disponibilizado para acesso pelo canal Rede UEPB no YouTube, todos os sábados, às 14h30.

Texto: Juliana Marques